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28 de setembro de 2010
cinema cigano
Emocionante encontrar os ciganos depois de três anos e tantas mudanças na minha vida.
A velha maria, mulher de seu francisco, que nunca fala nada, um fiapo de gente, bichinho do mato que continua acocada com a panela na frente e as moscas na volta como na foto que dei para minha tia, olhou pra mim, logo se levantou e falou com um sorriso nos olhos "é a laura?". Primeiro, um passeio pelo rancho para cumprimentar todos, os comentários de como eu mudei e de como o acampamento mudou. E logo a intimidade de ficar sentada em silêncio, compartilhando os tempos da vida, volta. Tomar um café no rancho da Nega, ler a bula de remédio para cuidar de alguém, camihar com uma criança curiosa e carinhosa de uma barraca até a outra... É como o reencontro de familiares ou grandes amigos, onde o tempo e a distância não tem papel na estranheza, apenas na saudade.
O acampamento está com o triplo de gente e barracas, muitas com cama, fogão, todas com tv, algumas até com piso de cimento! As crianças que vi nascendo já caminham e até falam!
Coisa boa fazer cinema da vida.
Laura Mansur, assistente de direção do curta Tarabatara (2007) e deste Ao Relento.
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